É verdade que os carros vermelhos têm mais acidentes?
Se estiver a pensar comprar um carro e estiver à procura de informações e opiniões sobre automóveis, um tema recorrente é a associação da cor com as taxas de acidentes, há quem acredite que a cor do veículo tem uma influência directa na probabilidade de ter um acidente. Existe uma crença popular de que os carros vermelhos sofrem mais acidentes do que outros veículos devido ao comportamento mais agressivo dos seus condutores.
Podemos encontrar diferentes convicções sobre a relação directa entre a cor do carro e a taxa de sinistros. Acredita-se que carros com cores como o vermelho ou amarelo, que são cores mais brilhantes, sofrem um maior número de acidentes e essa cor pode influenciar o perigo. É verdade que o vermelho é uma cor associada ao perigo, à dor e mesmo à agressividade, mas veremos mais à frente se estas crenças estão ou não correctas.
Existem várias hipóteses para provar ou refutar estes mitos, por um lado, a personalidade do proprietário do veículo, que reflete na cor escolhida para o veículo. Um estudo da Universidade de Carlos III em Madrid afirma que as pessoas que conduzem carros com cores brilhantes, como o vermelho, arriscam mais ao volante, enquanto os condutores de carros com cores discretas são condutores mais experientes e cautelosos.
Por outro lado, a visibilidade dos carros na estrada. Carros escuros são mais difíceis de ver à noite ou em condições adversas, como quando há nevoeiro ou chuva intensa, enquanto, carros de cores claras têm melhor visibilidade, tanto de dia como de noite, sendo menos susceptíveis de sofrer acidentes graves.
Estudos sobre a cor dos carros
Existem diversos estudos sobre a relação entre a cor do carro e a possibilidade de sofrer um acidente.
Um dos primeiros estudos sobre este tema foi realizado em 2003 pelo The Health Reasearch Council na Nova Zelândia. Os resultados indicam que os carros cinzentos ou prateados, em comparação com os veículos brancos, têm acidentes com ferimentos ligeiros. Em contraste, os carros de cor escura têm um risco mais elevado de acidentes com ferimentos graves.
Outro estudo realizado na Austrália pela Universidade de Monash afirma que os veículos com cores escuras, azul, preto, verde, cinzento ou vermelho, têm um risco mais elevado de acidentes do que os veículos brancos. Isto deve-se à visibilidade dos automóveis à noite ou com mau tempo.
Outro estudo, da Universidade de Granada, demonstrou que o comportamento do condutor não é influenciado pela cor e por isso não é possível concluir que um carro vermelho seja mais perigoso e tenha mais acidentes do que um carro de cor diferente.
Foram analisadas as reações e o comportamento na estrada dos participantes no estudo, em diferentes situações perigosas, com carros de cor diferente. Os resultados mostraram que o comportamento dos 100 condutores expostos não foi influenciado pela cor do carro. A cor vermelha num automóvel não tem, portanto, impacto directo na segurança rodoviária.
De acordo com estes estudos, não existe base científica para afirmar que a cor vermelha está diretamente ligada à probabilidade de um acidente. O que podemos afirmar que se trata de uma lenda urbana, ou seja, um carro vermelho não induz uma maior sensação de risco ou uma resposta impulsiva ao perigo.
Os especialistas reiteram que um acidente de viação depende de vários fatores e causas. A personalidade do condutor influencia a escolha da cor do veículo, alguns consideram que as cores mais escuras são mais elegantes e discretas, por outro lado, os carros que saem da fábrica são normalmente brancos e, portanto, mais acessíveis, outro factor relevante na compra.
É mais caro o seguro de um carro vermelho?
Outro mito urbano sustenta que os carros vermelhos pagam seguros mais caros do que os veículos de outras cores. A cor não é um factor determinante na taxa de acidentes dos automóveis, pelo que a maioria das companhias de seguros não tem em conta a cor do automóvel, pelo menos em Portugal. É verdade que outros países têm atenção à cor do veículo, mas tal não acontece no nosso território nacional.
As companhias de seguros negam que a cor seja um prémio extra no seguro automóvel, não aumentam o preço da apólice para assegurar um carro vermelho, nem consideram os seus condutores mais agressivos ou perigosos ao volante.
As companhias de seguros valorizam fatores como a idade do condutor, histórico de acidentes ou características do carro, mas não a cor do carro.Por tanto, a cor do carro não influencia diretamente a probabilidade de ter um acidente, nem as companhias de seguros aumentam o preço do seguro de acordo com a cor escolhida para o carro.
É verdade, porém, que ao comprar um carro, do ponto de vista da segurança rodoviária, a cor do carro deve ser tida em conta.
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